Um lugar onde eu possa não ser eu... Mas onde não escapo de mim mesmo.

23.12.09

Tristeza X Saudade




Não me fale de Tristeza, me fale de Saudade.



Tristeza é momentânea, Saudade é para sempre.



Tristeza sente falta, Saudade reconforta.



Tristeza desanima, Saudade traz a certeza de que vamos nos encontrar de volta.



Tristeza é monótona, Saudade não vicia.



Tristeza é de quem não vai voltar, Saudade é de quem foi na frente viajar.



Tristeza é de quem a gente não vai mais ver,



Saudade a gente sente de quem a gente sabe que só foi dar uma volta, mas que a gente vai encontrar, mais pra frente, num lugar melhor.

14.5.08


...e ele se preocupava tanto em descobrir quem ele era, que muitas vezes se esquecia de simplesmente ser...

9.5.08

A Menina que queria perguntar E O Menino que queria responder


Ela...

Gostava de perguntar,

Andava pelas ruas

Procurando com quem falar...

Ele...

Gostava de responder,

Mas da vida dele,

Ninguém queria saber.

Um dia, a menina o encontrou

E, sem esperar nada de volta, perguntou.

Até hoje, ninguém sabe bem como aconteceu

Só se sabe que o menino respondeu.

A menina e o menino então sorriram,

Porque assim, sem mais nem menos descobriram

Que o que importa no final

É sem complementarmente desigual.





[porque escrever que nem o Tim Burton é legal... =)]




[agradecimentos ao Davi pela idéia inicial do desenho ;)]

1.5.08

O Cisne de Cristal


Ele tinha um cisne de cristal.

E nada mais.

Aquele cisne era tudo o que ele tinha, tudo o que havia lhe restado.

Vivia nas ruas... Não tinha um lar. Não tinha uma família para chamar de sua, mal tinha roupas para se vestir. Mas tinha aquele cisne. E cuidava daquele pequeno pedacinho de cristal com todo o carinho que podia.

Tinha pertencido à sua filha. Disso ele se lemrava claramente. Era a única coisa palpável que o lembrava dela...

Sim... Ela estava viva ainda, assim como sua antiga esposa... Mas ele não podia vê-las, não podia voltar atrás... Tinha estragado tudo e sabia disso.

E aquele cisne era tudo o que havia sobrado de sua antiga vida...

E, de certa forma, de uma forma muito real, aquele cisne era sua vida...

(...)

Um dia, sem nenhuma razão, um homem entrou no beco onde morava e começou a agredir todos em seu caminho. Ele não entendia o que o homem estava falando, mas parecia estar procurando alguém. Conseguiu se afastar da confusão e alcançar a entrada do beco. Contudo, quando estava quase saindo, o homem o alcançou e, sem mais nem menos, com um sorriso estranho nos lábios, o empurrou.

E o cisne, o pequeno cisne, caiu de suas mãos e se partiu.

E, de repente, toda a sua vida tinha virado pó. Tudo o que havia sobrado de importante.

Tudo.

Então ele se ajoelhou e chorou... Não tinha mais o que fazer...



Chorou.



- História adaptada livremente de uma cena de uma HQ de Spawn que eu li a uns 10 anos atrásm a partir da minha memória. Ou seja, não é tão confiável assim... rs.... Mas enfim... Não tem como explicar, mas já naquela idade (com uns 11 ou 12 anos) essa cena me marcou muito. Na revista, ela não era nada importante. Esse personagem nunca mais apareceu... Mas me marcou muito o fato de aquele objeto ser tudo o que ele possuia na vida e, de repente, sem mais nem menos, ele ter perdido tudo...
Já naquele tempo, aquela dúvida me atormentou... O que fazer nessa situação? Afinal, era tudo o que ele tinha. Todo o resto tinha caído aos pedaços, aos poucos. E, de repente, aquela última coluna em que se apoiava caiu...

E ainda hoje me pergunto... O que fazer, quando todas as colunas em que nos apoiamos parecem ruir? De onde tirar forças? Devemos continuar a lutar, mesmo que todos os motivos que tinhamos parecem ter desaparecido?

Pois é, não é impressionante como uma história, lida a tantos anos atrás, pode dizer tanto de nossos medos e dúvidas de hoje?

27.4.08

Saber Amar


(em 12-11-07)

A verdade mesmo é que ele não sabe amar...

Mas o pior mesmo é que ele também não quer aprender... Ele estava bem daquele jeito [mentira]. Dizia para si mesmo que sabia viver sozinho, que não precisava de mais ninguém para ser feliz. Soterrava angústia embaixo de angústia [fingindo] parecendo não se importar com mais nada...

Ele [não] vivia bem sozinho, não tendo ninguém para culpar por suas tristezas. Todo o seu passado tinha sido de decepções... Por que isso mudaria?

E é exatamente por isso que ela o deixava confuso. Suas bobeiras românticas o confortavam, suas meiguices faziam-no feliz... Mas, espera aí! Tem algo errado! Ele não era uma pessoa feliz! Tinha algo muito errado nessa história, e ele não entendia o que era... Ele não podia ser feliz com alguém, ele [não] era feliz sozinho!

A culpa era dela... Só podia ser! Quem ela pensava que era pra tentar deixar ele feliz? Que arrogância! [Mas ele ficava feliz com ela, ele sucumbia às palavras de amor, até que.... PERAÍ] Ele não queria aprender a amar! [Ele tinha medo de aprender errado e estragar tudo] Que arrogância! Aquele amor que ela dava pra ele, não era dele, ele não queria! Era dela, só dela! Por que ela tinha que envolver ele nisso [e por que diabos ele se sentia tão bem sendo amado?].

Não, não, não. Hora de se afastar de novo. Hora de dar um passo pra trás, porque esse negócio de ser feliz não era com ele! Dá um tempo! A vida não era um livro pra ele conseguir ser feliz no final! [ou era?].

Mas... Por que ela continua lá? Por que ela fica triste se é ele que não quer ser amado? [Hey, psiu... Deixa eu te contar um segredo... É assim mesmo... Ser feliz confunde, mas não dói, sempre. Ela te ama, e por isso fica tão triste. Triste por você não querer estar lá pra compartilhar a felicidade dela em te ama... Escuta aqui... Você não a ama não?]. Mas, se ele amar ela, ele corre o risco de amarelar e amar errado! E aí é ela que vai ficar triste e desaprender a amar... Ele tem medo... Medo de amar [errado]... Medo de amar [errado] e perder, por sua própria culpa. E isso ele não admite! Ele odeia estar errado... Então, a culpa é dela! Quem é que é colocou na cabeça dela esse negócio de amor?

- Ele quer amar.

- Ele não sabe amar.

- Ele não quer aprender a amar.

- Ele tem medo de aprender errado.

[hey você... Deixa eu te contar só uma última coisa: não tem jeito certo de amar... Sabe essa pontada aí no coração, quando você a vê? Isso se chama felicidade. Dentro dela mora o amor. Deixa ele sair... Você vai ver que legal que é... Ah! E quanto a essa história de ficar sozinho, aproveita e descobre como é legal ficar sozinho junto com alguém! A sensação de segurança, a sensação de uma mão te apoiando quando você tenta se equilibrar no meio-fio... Você sabe que está se equilibrando, por você mesmo, mas sabe que, caso aconteça alguma coisa, aquela mão está ali. Então, olha ali pra ela... Ta ouvindo aquelas palavras bonitas? Ela precisa dizer isso pra você, porque ela precisa que você escute... Dá uma chance pra ela! E, no caminho, aproveita e tenta dizer algo também... Daí sim você vai entender porque ela precisa dizer... Mas isso é uma outra história...].

24.4.08

O Menino que Comia Lembranças


O menino não vivia,
ele só, simplesmente, existia.

Não que nunca tivesse vivido,
pois ele lembrava de tudo que lhe tinha acontecido.

Mas, um dia, o menino parou.
Sei lá, talvez simplesmente cansou.

Agora nada mais restava fazer
Além de - e só de vez em quando - comer.

Certo de que aquilo o satisfazia,
suas lembranças então o menino comia.

Pobre do garoto que não entendia
Que comida mais vazia que aquela não existia

E que, para evitar o sofrimento,
não comia nada além de vento.



[agradecimentos à Tim Burton, pela inspiração]

22.4.08

Um Apelo


Falem, pessoas, por favor, falem...
Não, não adianta só pensar, tem que falar.
Eu cansei de perguntar.
É sério.
Cansei.
Agora o que eu quero é escutar.
Então, falem, pessoas, por favor, falem.
Acreditem, isso vai facilitar muito.
Eu?
Eu já cansei de falar, vocês já cansaram de me escutar...
Então falem, por favor, falem...

3.4.08

Frases Perdidas que um dia encontrarão seu lugar


"Eu só queria deixar de ser uma doença, um machucado, algo de ruim que precisa ser extirpado..."


____________________


"Se um dia me perguntarem qual foi a maior decepção da minha vida, eu diria que é comigo mesmo, por só ter reconhecido os maiores erros que eu cometi quando já era tarde demais para repará-los..."


____________________


"Porque muitas vezes um tapa bem dado, daqueles que doem horrores na hora, saram mais rápido do que pequenos e repetidos cortes, que insistem em não parar de sangrar..."


____________________


"E ele só queria falar... Mas pra isso ele tinha que ter alguém pra escutar..."

1.4.08

É necessário.


Eu preciso dizer, eu preciso botar pra fora, eu preciso escrever.

(...)

Não dá mais pra prender aqui dentro, está me sufocando

(...)

Você nem precisa saber, nem precisa ler, nem precisa ouvir.

(...)

Eu só preciso colocar isso pra fora, porque está me machucando.

(...)


E quem sabe assim, se eu disse bem baixinho...

(...)


Se eu escrever pequeno, aqui no cantinho...

(...)


Quem sabe um dia isso vá embora...

(...)


Quem sabe um dia se quebre o encanto...





(...)

31.3.08

O barquinho


O menino tinha feito um barquinho de papel... Mas não era pequeno, nem frágil! Era o seu barco de papel, que enfrentaria todas as batalhas com ele!

E o menino vivia feliz com o barco, para cima e para baixo, contente com o que havia conseguido. Seu barco era tão legal que chegava a causar inveja nos outros, que algumas vezes tentavam afundá-lo. Mas eles sempre resistiam...

Só que o pequeno menino percebia, cada vez com mais intensidade, que aquele seu barquinho estava destinado a cumprir grandes objetivos em sua vida.

Aquele barquinho então, tão forte e firme, que era sua benção, passou também a pesar-lhe nos ombros. Porque ele sabia que, para onde o barquinho deveria ir, ele não podia mais acompanhar.

E já havia começado... O barquinho ia cada vez mais longe nas águas e ele acompanhava com os olhos, distante...

E sentia orgulho.

Sim, uma pontada de tristeza também, que não podia evitar...

Mas sentia orgulho.

Só que, por mais orgulho que sentisse, a tristeza ia aumentando...

Porque ele sabia que o barquinho iria embora. E iria sem ele...


...


Um dia, o menino foi ver o mar... Tão grande, tão azul, tão bonito...

Andou pela areia, escolhendo um lugar calmo para ele e seu barquinho...

Finalmente, sentou-se na praia, no exato ponto onde as ondas tocavam-lhe os pés e preparou-se para a despedida.

Encarou aquela imensidão azul, esperou uma onda chegar perto e colocou seu barquinho...

E o barco se foi, navegando contente, desafiando as ondas... Mas não se sabe ao certo se ele pôde escutar as últimas palavras que o menino disse à ele:


"Eu te esperaria aqui, por toda a eternidade, se fosse preciso... mas somente se eu tivesse a certeza de que um dia, seja quando for, você voltaria. E sei que você não pode, e nem quer, me deixar essa certeza. Portanto, tudo o que posso fazer é me despedir... Adeus, meu barquinho, que você seja feliz em suas novas aventuras, como eu fui feliz com você. Adeus, meu amigo..."





-Destinado a todos aqueles que, um dia, já tiveram que deixar seu barquinho partir. Tenha sido ele um filho, um amigo, um amor...

Que eles naveguem alegremente por águas serenas...

28.3.08

...


Porque tem horas que a gente sente falta até da dor.

Daquela dor.

Aquelas que existiam antes dessa.

Aquelas dores pelo menos a gente via solução.

E a solução dessa parece tão... Irreal...

Tão...

Indesejada...


(texto só pra ocupar espaço, só porque eu fiquei com raiva de ter esquecido o meu caderno em casa, com os textos que eu queria postar... Droga)

27.3.08

Lar doce Lar




"Seria tão mais fácil se ele pudesse voltar a noite para um lugar onde pudesse realmente descansar...


Mas estava tão difícl...


Tão...


Difícil...




E era por isso que ele evitava tanto voltar... Era por isso que caminhava, o máximo que podia. Era por isso que buscava novos prazeres, novas emoções e até mesmo (por que não?) novas dores. Porque enquanto caminhava, enquanto buscava, sua vida parecia ter um mínimo de sentido...




Mas tudo isso acabava quando chegava alí.




E estava tão...




Difícil."

24.3.08

...


...Minha cabeça é uma vitrola,

onde cada música que toca

me faz lembrar de você...

19.3.08

...Sobre este lugar...


Tentou acenar, chamar atenção com seus braços, mas não conseguiu se mover...

Ele tentou falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta...

Tentou finalmente gritar, mas somente o silêncio saiu de dentro dele.

É...

Talvez aquele caixão onde havia se enfiado não era o melhor lugar para estar naquele momento.

Mas somente alí ele poderia ter certeza de que nenhuma outra dor o atingiria...

E somente alí ele podia se impedir de causar mais dores às pessoas ao seu redor...




[Mas ele estava com frio... tanto frio... E precisava tanto daquele, sim daquele, abraço... Daquelas palavras, daquela força. Mas sabia que não podia sair dalí. Ele ia causar só mais e mais dor, e se arriscar a sentir mais e mais dor... Então, ficaria alí... Alí, mesmo que ninguém o escutasse, ninguém o visse, ninguém o tocasse, ele estava seguro...]

... Se ao menos ele pudesse fugir de seus pensamentos...

18.3.08

Sobre Máscaras e Muletas


Sei o que você está pensando de mim, mas me desculpe, dessa vez você está errada...

Isso que você vê em mim, e tanto critica, não é uma máscara, mas sim uma muleta.

Porque, sem isto, eu simplesmente não consigo.

Sem isso, simplesmente não dá para continuar a andar.

Sem isso, eu não vejo mais motivos para prosseguir...

Então não.

Não é uma máscara.

Não estou escondendo meus sentimentos e o que eu realmente sou.

É uma muleta.

Nada mais do que uma simples e frágil muleta...

17.3.08

Uma forma de despedida.


Todo mundo sempre me disse que não era pra eu acreditar em você.

Todo mundo me disse que tudo aquilo era só uma ilusão...

Um castelo de sombras...

Mas mesmo assim, eu sempre acreditei...

Mesmo assim, eu dei minha cara a tapa por você e me machuquei, me cortei, inúmeras vezes.

Incontáveis vezes eu escutei que você não existia. Mas eu, teimoso, insistia em acreditar.

Acreditava porque, de vez em quando, algumas vezes com mais freqüência, você dava mostras de ser verdade. Mas, de alguma forma, sempre parecia escapar.

Mas agora...

Agora não dá mais.

Foram muitas feridas para eu continuar...

Pois é...

Quem diria...

Logo eu, a desistir de você?

Não sei...

Acho que, de alguma forma, você vai continuar aqui, escondido em algum canto...

Porque, enquanto eu não tiver provas de que a minha Moby Dick é realmente tão somente uma monstruosidade mecânica, acho que eu nunca deixarei realmente de acreditar.

Mas, por hora, são poucos os motivos que me convencem a continuar a procurar.

São muitos os motivos para deixar de acreditar.

Pois é, logo eu, um de seus maiores defensores.

Pois é. Me desculpe, mas... Aquela fruta já não tem mais o mesmo gosto.

16.3.08

Insônia Voluntária


Toda noite aquilo se repetia.

Tinha medo de ir para a cama.

Sabia que alí, naqueles lençóis, seria invariavelmente levado para um lugar onde ele não queria ir. Porque tinha medo daquele lugar. Porque lá ele era feliz.

Fugia então, o máximo que podia. Inventava milhares de desculpas, milhões de razões para não ir se deitar.

Mas, no final das contas, ele sempre tinha que ir.

E, sem escolha, era levado. Levado para aquele lugar onde se sentia tão bem. Tão calmo. Tão... qual é a palavra mesmo? Aquela coisa que fazia tempo que ele não sentia... ah sim! Feliz. Tão feliz...

E, de repente, no auge dos sentimentos bons, sentimentos que ele só experimentava naquele lugar, ele era puxado de volta. Era forçado a encarar a realidade. Encarar que nada daquilo era real, tudo aquilo só existia naquele mundo estranho, onde ele não podia voltar quando queria, nem mesmo escolher não ir.

Por isso tinha tanto medo. Porque sabia que invariavelmente teria que acordar. Se não, ele adoraria aquilo. Adoraria passar o resto da vida naquele mundo, por mais falso que fosse. Se ele não tivesse que acordar, sempre.

Então, era preferível nem dormir. Era preferível nunca mais experimentar aquelas sensações boas, se fosse somente pra perceber, diariamente, que nada daquilo era real.

Mas sabia que era impossível. Tinha que enfrentar aquela batalha, diariamente...

Porém, não podia deixar de se perguntar: O que fazer quando a vida que você queria ter só existe num sonho e a vida que você realmente leva parece ser um pesadelo do qual não se consegue acordar?

Outra Dose


- Tome outra dose.

E ele tomou, e o líquido desceu amargo pela garganta.

- Outra.

Bebeu novamente, a contragosto.

- O que foi? Não era isso que você queria?

E ele respondeu que era, era sim. Era o que ele queria. Antes. E no começo, aquilo estava lhe fazendo bem. Mas não agora. Agora estava difícil beber.

- Vamos, engula tudo. É bom pra você, te fará bem.

E ele bebia, cada vez com mais dificuldade. E parecia que não estava lhe fazendo bem. Aquilo lhe dava ânsias, revirava seu estômago! Não lhe dava mais aquela paz, aquela sensação boa do começo. E ficou pensando se aquilo tinha sido realmente bom, ou ele estava só mentindo pra si mesmo, tentando se convencer de que deveria ser bom.

- BEBA!

Mais um gole forçado. E ele continuava bebendo, dizendo a si mesmo que um dia aquilo lhe faria bem. Mas estava difícil agüentar. Ele queria levantar, sair daquela mesa, dizer “CHEGA, cansei dessa bebida maldita. Ele não me fará bem e só agora percebo isso”. Mas tinha medo. E se um dia aquilo fizesse efeito? (BEBA!) E aquela máscara em seu rosto também lhe fazia bem. Trazia uma proteção muito grande. Ele sabia que era falsa, que não correspondia a ele, mas por trás dela se sentia seguro. Mantinha seus verdadeiros sentimentos protegidos, enquanto ele tentava afogá-los com aquela bebida de gosto acre.

- Vamos, mais um pouco...

E ele engolia, sem forças para se levantar e dizer chega. Segurava-se à idéia de que se ele fosse forte, e ficasse ali, tudo se resolveria. Um dia. E bebia mais um pouco. Mas se sentia cada vez pior. Mas bebia mais um pouco. E o mundo passava lá fora. Ele sabia que tinha gente esperando por ele lá fora, sabia que um dia precisava sair daquela letargia. Mas tinha medo e odiava admitir que tinha medo. Já não era mais tão fácil ficar ali sentado. Mas sentia que se levantasse, perderia o jogo. E odiava perder. Odiava se sentir fraco. Odiava ter que buscar forças em outro lugar. (Mais um gole!). Mas antes estava mais fácil se sentar ali. Por que é que estava ficando tão difícil? Por que é que o maldito “remédio” já não fazia mais efeito (se é que algum dia realmente tinha feito...).

Aquela situação tinha que se resolver. De uma forma ou de outra. Mas não hoje. Não agora. Agora ele só podia beber. E esperar pelo melhor...

15.3.08

PRA VOCÊ,

que está chegando agora.

Revivi esse blog, a um tempo deixado de lado. Me surpreendi com coisas aqui, que nem vou comentar...

Se você nunca tinha entrado aqui, comece lá de baixo e vá subindo. Não tem tanta coisa assim, mas pelo caminho contrário, você vai se perder na idéia dele. "Ele" mudou com os anos. Mas tudo começou lá embaixo.

Pra você que já veio aqui antes, que já leu, dá uma passada de olho de novo. Tenho certeza que algumas coisas aqui vão te surpreender também, como me surpreenderam.

Antes que me perguntem, não sei porque resolvi reviver este blog. Não tenho uma explicação exata, nem justa, nem certa. Ele simplesmente voltou. Não sei por quanto tempo, nem sei quanto vou postar... mas ele voltou. E voltou com um texto novo/antigo, logo abaixo desse.

Divirtam-se.

Espera


- Ela vem, ela vai, ela corre, ela chega.

Ela fica, ela volta, espera, foge outra vez.

Ela é móvel, ela é o vento, dinâmica, veloz...

...

E ele espera.

Aguarda.

Ele a vê, e sente inveja.

Mas espera, e ela demora.

E ele espera, espera.

...

Mas ela não volta.

...

Ainda assim,

ele espera.

Espera com a felicidade de quem sente saudade.

Espera com a tristeza de quem sente falta.

(18-10-2007)

3.10.07

Ele e Eu. Eu e Ele.


Hoje eu estava pensando sobre meu blog.


Ele sempre foi sobre "Ele".


Até diz ali em cima: Um lugar onde eu possa não ser eu...


Mas quem diabos eu estava tentando enganar?


Ele sempre foi (fui?) eu. Eu sempre fui ele.


E até que eu tinha boas desculpas pra dizer que ele não era eu.


Eu não contava coisas que haviam acontecido comigo.


(Eu nunca pulei de um viaduto, nunca cortei os pulsos... Sou, de fato a prova viva de que eu nunca me suicidei - e agora, viria o som da bateria após uma piada sem graça: tu dum, piiich... Seguido do comentário da Fer: Ai Lex, agora vc vai sempre fazer esse barulinho de bateria? Enfim, divago...)


Mas "ele" não surgiu do nada... Nem uma única vez.

Ele sempre surgiu de sentimentos que eu tive.


Esses sentimentos nem sempre eram propriamentes meus, ou relacionados a experiências minhas, mas eu os tive. E escrevi sobre eles. Sempre falando d'Ele.


Muitos dos motivos que me levaram a escrever en 3 pessoa eu já expliquei aqui mesmo, quandp fui entrevistado pela minha querida e sensacional repórter Fernanda.


tá escrito lá: "sim, cada um dos personagens tem um pouco de mim, mas não são exatamente uma “válvula de escape” para meus problemas."


(pra quem quiser ler tudo, o link é:




Enfim...


Tudo isso se resume numa dúvida que tenho tido ultimamente, e que todos enfrentamos.

Uma questão de essência, como no post um pouco abaixo.


O que somos nós?


Corpo?

Ações?

Alma?

Idéias?


Uma idéia que eu tive, que me levou a escrever tudo isso, que me levou a concluir que ele sou eu, é que, no fundo, no fundo, nós somos sentimentos.


Nós podemos estar do jeito que estivermos, fazendo o que estivermos fazendo, mas sempre vamos estar sentindo alguma coisa.


Então, talvez realemente Ele seja Eu porque Ele se baseia nos meus sentimentos.


E [preencha esse espaço com qualquer poder superior em que você acredite] nos salve de cairmos naquela música do Arnaldo Antunes:


"Socorro!

Não estou sentindo nada..."


Porque aí sim, quando não sentirmos nada, "nem vontade de chorar, nem de rir", é que não seremos mais nós mesmos....

1.10.07

Frutas


Amar é que nem comer aquela fruta que a gente sempre via, mas nunca achou que a gente fosse gostar.
Mas daí a gente experimenta e fica gostando...
E é bem que nem aquela fruta que ninguém sabe explicar o gosto...
Tem gosto daquilo e ponto (ou pronto).
Não é doce nem amargo,
Nem seco nem salgado.
Só é e pronto (ou ponto).
É...
Fruta é uma coisa estranha.
Fruta só tem gosto de fruta.
... É que nem amor...

30.9.07

Essência


Ele gostava tanto de ser ele mesmo...



Pena que era tão difícil pra ele descobrir quem ele era...

29.9.07

Olá.

Oláaaaa (resposta do eco...)

Enfim.


Mudei de template, apaguei algumas postagens, mudei de idéia...

Só pra constar.

29.11.06

"Memórias de um Jeans" ou "A Sátira de um Futuro Apocalíptico"


Antes éramos eu e você... E nada mais...
Eu estava com você em todo lugar, a toda hora.
A escolha certa, pra onde quer que você vá.
E te dava conforto, segurança, proteção.
Comigo estava tudo certo...

Daí você veio com estas...
De que você virou moderna....
Resolveu experimentar coisas novas,
e me deixou de lado...
"Mulher hoje em dia não usa mais calça jeans,
isso agora é arcaico!"
E onde você encontrava conforto,
como não encontrava em nenhum outro lugar,
você simplesmente deixou de lado...

Eu fiquei aqui...
Juro que tentei te esperar!
Mas daí vieram estas traças - malditas traças!
Tentaram me usar, o máximo que podiam...
Fiz o que podia... A elas até resisti, praticamente sem arranhão...

Daí uma outra me encontrou...
Disse que ia cuidar de mim,
que ia me tirar dessa situação...
É... acho que eu não caí muito bem nela não...
Diz ela que meu corte não se ajustava com o molde dela...

Daí fiquei aqui, jogado, largado de novo...
E qual não foi minha surpresa quando vi você entrar por aquela porta?
Dizendo que aquela vida realmente não era pra você,
que nunca devia ter deixado o conforto e a segurança pra trás...

Pois é...
Até tentamos experimentar...


Mas parece que agora eu não sirvo mais pra você.

15.11.06

Negro Coração


Queime em pranto, negro coração!
Não vês que fostes tu que te colocasate nessa situação?
Lágrimas a esmo, crime sem punição.
Agora não vê saída para a própria condenação.

Queime em pranto, negro coração!
Eterna é sua dívida, eterna danação.
Que és tu, para decidir por vosso irmão?
Não há saída para aquele que grita em vão.

Queime em pranto, negro coração...
As lágrimas te acalmam, te acalentam na escuridão.

Queime em pranto, negro coração...
Pensa que com versos, afastará a solidão?

6.11.06

"Like a Phoenix I will Rise
You will see, I will not die
I'm saying now that I'll never lie
I'll be yours and you'll be mine"

4.11.06

Porque eu Quero Mais


Tem ao menos duas coisas na vida que eu não consigo parar de fazer:
Pensar e Querer.

As vezes esta frase fica se repetindo na minha cabeça:
Porque eu quero mais. Assim, sem explicações, e em diferentes tons.

Uma hora uma pergunta, outra hora uma explicação, outra hora ainda com uma pequena modificação: porque eu quis mais.

Querer... Querer? O que eu quero? Eu realmente quero? Eu quero. Quero! E Pronto. Ponto.

Já quis mais, já quis menos. Quis o que? Tudo. Nada.

O querer é volúvel. E a gente sempre quer mais. Mesmo que o que a gente mais queira é não querer.

Alguém sempre quer alguma coisa.

Por que eu quero mais? Porque eu quero mais.

Isso é mais do que um simples jogo de palavras.

Diga-me:

Alguma vez você já deixou de querer?

Querer saber mais.
Querer ficar na ignorância.
Querer fazer perguntas.
Querer ter respostas.
Querer sentir.
Querer esquecer o querer.

E viver.

Alguma vez você já deixou de querer?

Porque eu quero mais.

29.10.06

À Guisa de Explicação

O mundo virtual, em sua simplicidade, pode ser mais perigoso – e danoso – do que o próprio mundo real.

Nele, amizades inseguras são construídas em moldes frágeis, enquanto antigas amizades podem se desfazer como pó. Numa falsa sensação de confiança, acreditamos que aquela presença virtual daquele seu amigo que você não vê a tempos é suficiente para manter a sua amizade. Até o ponto em que você para e percebe que você acabou de descobrir, através do orkut ou de um nick no MSN, que aquele seu grande amigo – ou amiga – está namorando. Aquele mesmo com o qual você passava tempos conversando, aquele que você sabia de tudo, antes mesmo de acontecer... E aquela falsa sensação de proximidade vai embora. Não consigo me lembrar da última vez que algum amigo meu tenha me ligado somente para me perguntar como eu estou, trocar algumas palavras. Agora temos o Orkut, não é? Tão mais fácil. Igualmente fácil é mentir através dele. E é extremamente difícil ser sincero – completamente – em algo escrito a alguém na Internet. Mas contentamo-nos ainda em saber que está “tudo certo” com aquele seu amigo, e dias depois saber que ele estava passando pela pior fase da vida dele. E você não estava lá, ao lado dele, onde deveria estar, para ajudar. Simplesmente porque você viu a foto dele no orkut, e ao lado dela estava escrito que “estava tudo certo”. Enquanto isso, aquela pessoa que você conheceu na Internet, super legal, um papo super bom, se diverte às suas custas, muitas vezes atuando através de um personagem que pra você se tornou tão real quanto aquele seu amigo de tempos atrás. Pois é, um personagem.

Tempos atrás, escrevi a uma amiga, na época em crise com o Orkut, que ela devia tratá-lo como um livro, do qual ela própria fazia parte e ajudava a escrever. Nele, alguns personagens são mais reais do que outros, mas ainda assim era um livro. Talvez só agora eu tenha percebido o perigo destas palavras.

Aliás, é incrível a sensação de poder que a virtualidade proporciona, não é mesmo? Através dela, podemos saber tudo da vida de todos, saber os podres, fofocar com as pessoas, descobrir coisas que possam ser utilizadas contra elas. E é incrível como este mesmo poder se desfaz em suas mãos, quando ele próprio se volta contra você, e você acaba descobrindo que nada daquilo que você ficou sabendo pela Internet te fez bem. Muito pelo contrário.

Enfim, afastamo-nos de grandes amigos, pela falsa sensação de proximidade, e críamos vínculos com seres que só existem através de letras. Sinceramente, estou fora desta.

Aliás, talvez Renato Russo, se ainda vivo, pudesse encontrar na Internet – e mais especificamente, no Orkut - algumas explicações para sua pretensão de um dia tentar descobrir porque é mais forte quem sabe mentir. Ou teria ainda mais dúvidas.

Para aqueles que acham que perderam um meio fácil de me encontrar, me mandem um e-mail: lex.bastos@yahoo.com.br . Receberei e responderei com prazer.

Sei que esta talvez não seja uma boa explicação para vocês. Ma basta pra mim. Talvez um dia eu volte. Mas por hoje é só, pessoal.

Um grande abraço a todos,

Lex

Ps: Pretendo colocar esse blog de volta no trilho, então voltem mais vezes!

14.8.06

Rebeldia Adolescente

A nova cara da rebeldia adolescente.






O inferno realmente é aqui.

20.7.06

Então...

Dei uma limpada no Blog, exclui alguns textos que fugiam da temática, e dei uma mudada no texto "Erros"... Nada muito grande, só superficial...

Vou tentar voltar outra hora com textos novos, ok?

18.2.06

Morri







seguindo a mesma linha do anterior...






Morri...
Morri, mas não notei...
Andei por todo mundo
Tentando entender...
Algumas pessoas choravam,
Algumas até sorriam,
A maioria se esqueceu
De que eu um dia existira.
Num cemitério
Um enterro acontecera.
Meia dúzia de pessoas,
Mais o morto: eu.
Ninguém se lembraria
Do que eu tentei fazer,
Ninguém se lembraria
Do que sonhei alcançar.
Ninguém se lembraria
De um momento, um sorriso, um olhar.
Somente se lembrariam
Da frase em minha lápide,
Logo abaixo do meu nome,
A frase que me marcava,
Resumia minha vida,
E por tudo o que eu
(não)
havia passado.
“Viveu pelo futuro,
Esqueceu-se do presente”.

13.2.06

Caminho


Por que é que as pessoas se preocupam tanto com o futuro, se vivemos no presente? Não é o futuro uma conseqüência de fatos ocorridos no presente? Afinal de contas, quando é que o futuro chega?
É lógico que devemos fazer planos, a vida tem que ter uma direção, não é?
Mas isso não explica por que as pessoas começam algo já pensando em como vai acabar... Não seria bem mais fácil se somente fossemos vivendo, ao invés de termos tanto medo de viver?
Sim. Medo. Porque é isso que determina a maioria das nossas escolhas, e ele quem cria a maioria de nossas desculpas.
Deixamos de viver o presente com medo do que acontecerá no futuro. Mas o real problema é entender que o futuro está logo ali na frente, depois daquele beijo, daquele toque, daquele olhar. Ou ainda, como naquela frase que não me lembro mais de onde é, "o futuro é agora"...

...


...Talvez seja efeito de luz, mas a vida parece bem mais colorida nos filmes....

9.2.06

Só Você


Então, vamos mudar um pouquinho? uma poesia minha, de um tempo atrás... Não gosto muito das minhas poesias, mas como não coloco nada aqui a um bom tempo, e não tenho escrito nada ultimamente...







Por mais que eu negue,
Só quero você...
Por mais que eu sofra,
Só quero você...
Por mais que eu chore,
Só quero você...
Por mais que eu minta,
Engane, iluda,
Só quero você...
Por mais que existam outras,
Só quero você...
Por mais que eu não queira,
Só quero você...

Só você me faz sentir
Paz no coração...
Apesar de me fazer sentir também
A solidão...
Só você consegue me alegrar
Só com o som da sua voz,
Apesar de suas palavras serem sempre meu algoz...
Só você me inspira com um toque
Apesar de me fazer chorar
Querendo a morte...

E se minhas palavras não tocam
Seu duro coração,
Não sinto mais alegria,
Entrego-me a perdição...
Só você um dia amei,
Só você não esquecerei...
Por mais que eu não queira,
Só quero
Você...


não... ele não foi escrita para alguém em especial... não foi escrita para ninguém, na verdade...

28.1.06

Ele, eu, você...


Ele...
Sempre ele...
Nunca eu, nunca você...

Ele...
Que tudo faz,
Que eu não fiz,
Que eu não farei...

Ele...
Ele sim...
E você?
Nem eu não...

Ele...
Intangível,
Inalcançável,
eu?
...

Ele...
Porque ele,
se sou eu
quem está aqui?

Sera que crer n'ele,
por sua designação,
é mais fácil do que
no eu,
por, exatamente, estar aqui?

23.1.06

Um Fantasmo no Espelho...


Uma histórinha boba de "terror" pra vcs...


Tudo começou com uma menina... Uma menina num espelho.
Ele estava sentado em frente ao seu computador no meio da madrugada, como sempre costumava fazer. Mexendo na Internet, procurando por algo interessante, encontra a lenda do fantasma de uma menina...
Ela vivia em uma mansão, de muitos quartos e rica decoração. Órfã, foi aceita pelo dono da casa. Mas o velho senhor a deixou trancada num porão escuro e úmido, somente com um lindo espelho e uma boneca de pano, únicas lembranças que ela trazia. Lá ele a violentava todas as noites, deixando a já amargurada menina num estado de depressão profunda. Em uma noite, cansada do assédio, a menina resolveu revidar. Tentou acertar seu agressor com o espelho, mas este, muito mais forte, evitou o golpe. Enfurecido, sufocou-a com a boneca de pano... A menina então morreu, ainda com o espelho em mãos... Mas a história conta que seu espírito permaneceu no espelho e que, semanas depois, o velho fora encontrado morto, no mesmo porão, com os cabelos totalmente brancos, uma expressão de pavor no rosto e o espelho entre as mãos... O mesmo teria acontecido a todos os futuros possuidores do objeto.
A história o abalou profundamente. Ele não acreditava mais em espíritos e fantasmas, mas ainda assim ficou com medo de se virar e olhar o espelho atrás de si... Quando finalmente tomou coragem de se virar e encarar o espelho, nada viu de estranho. Com exceção talvez de talvez de uma estranha sombra atrás de... Não! Não havia nada lá... Não poderia haver...
Foi ao banheiro e lavou o rosto, tentando recobrar um pouco a calma e relaxar. Voltando ao seu quarto, resolveu dormir. Como se isso fosse possível depois do que tinha acontecido. Ele se virava na cama, quase podendo escutar ao longe os sussurros de uma menina... Quando finalmente adormeceu, um sono agitado, ele a viu... Uma menina de cerca de 12 anos, pálida como a lua e cabelos negros como breu, chamando-o de dentro de uma mansão. Quando tentou avançar, percebeu estar de frente para um enorme espelho... Atrás de si, somente a escuridão...
Acordou assustado no outro dia. Ao andar pelas ruas pensava ver o vulto da em menina em todas as vitrines pela qual passava. Ao chegar em casa à noite decidiu pesquisar mais sobre a lenda. Descobriu que a mansão onde o fato teria ocorrido situava-se numa cidade próxima a sua. Era sexta-feira e ele decidiu visitar a cidade no outro dia. Segundo o que ele lera, o espelho ainda se encontrava dentro do casarão no porão onde a menina havia morrido.
Chegando à pequena cidade, pediu informações sobre a um velho senhor que passava. Ele pareceu assombrado com a pergunta sobre a velha mansão, mas indicou-lhe o caminho, sem antes adverti-lo de que a casa estava abandonada por causa dos rumores sobre o fantasma e ele poderia entra lá com facilidade, mas que, na verdade, não deveria...
Mas agora não podia voltar atrás, já havia ido muito longe e a imagem da menina ainda assombrava sua mente. Chegando ao casarão indicado, viu que aporta da frente não estava trancada e entrou. Tentando demorar-se o mínimo possível, procurou rapidamente a escada para o porão. Quando desceu, ficou completamente espantado. Um pequeno espelho de mão estava lá, em cima de uma mesa, como se esperando que alguém aparecesse para buscá-lo. Não resistindo à tentação pegou o espelho, que estava virado pra baixo. Nele havia um bonito brasão e uma pequena inscrição. RODICK. Não... Não era possível! Aquele era... Seu sobrenome! Saiu de lá correndo, com o espelho em mãos. Pegou o primeiro ônibus na rodoviária e foi direto para sua casa. Chegando lá, foi ao armário pegar um velho baú, com lembranças de família. Dentro, um velho caderno com capa de couro, com o desenho de uma águia em relevo. O mesmo brasão do espelho! Abriu o caderno e descobriu ser o diário de seu bisavô. Leu que seu antepassado tinha perdido uma filha, desaparecida. Uma linda menina de cabelos negros e pele clara. Ele nunca tinha descoberto o paradeiro da menina...
Então era isso! Era por isso que a menina habitava seus sonhos! Ela era sua parente e ele era o único que podia ajudá-la a revelar a verdade. Pegou o espelho e finalmente teve coragem de olhar o reflexo. E lá estava ela... A pequena Amy Rodick, desaparecida e atormentada por todos esses anos, mas agora, finalmente, depois de todo esse tempo, com um sorriso nos lábios. Ele tempo de vê-la pronunciar um obrigado e então o espelho partiu-se em suas mãos. Assustado, mas ainda assim aliviado, guardou o resto do espelho dentro do baú e escreveu uma história, para que Amy Rodick nunca fosse esquecida novamente... Essa, caros leitores, é a minha história.

John Rodick

21.1.06

Erros


Ele tentou...
Olhou seus próprios erros,
se desmontou na frente do espelho...
Refletiu seus atos,
pensou...
pensou...
... Mas,
será que
os erros
não estão nele,
mas sim
dentro
de você?



é... não é pra ter sentido mesmo...

17.1.06

...Nascer e Morrer...



Nascer e Morrer

Ele não agüentava mais o mundo a sua volta... Hipocrisia, cinismo e falsidade girando em torno dele, contaminando-o, tentando transforma-lo em um deles. E ele não podia se enganar... Isso já estava próximo de acontecer... Seu cinismo extrapolava os limites do bom-senso, sua hipocrisia era de dar orgulho e, por que não, inveja, em muita gente. E ele odiava isso. Odiava ter que ser como eles para muitas vezes se afastar deles!
Ele não tinha escolhido aquela vida, mas infelizmente tinha escolhido estar naquele lugar. Nascido na pobreza, para não se submeter à tirania de seus “senhores”, procurou o clero, achando que ao menos lá seria aceito sem que sua ascendência fosse posta em questão. Grande engano. Por trás das “muralhas abençoadas daquele santo lugar” a podridão se espalhava mais rapidamente do que a morte negra lá fora. Já ao entrar foi chutado para os estábulos, limpar as fezes animais, já que “já estava acostumado com essa vida” como lhe disseram. Em algum tempo, foi nomeado padre, mero título, como veio a descobrir. Passou então a perceber que os mais altos cargos, ocupados pelos mais “santos”, eram dados aos mesmos “senhores” aos quais ele devia obediência lá fora.
Agora ao menos ele não tinha ilusões com relação a sua vida. Nascido no esterco, sua sina seria morrer no esterco... Mas ele não acreditava em destino...
Agora, limpando o aposento de seu abade, olha pela janela e vê o mundo abaixo de si... Sua mente rápida, aguçada pela vida pobre, trabalha instantaneamente. Com um lençol, amarra uma ponta a um móvel e a outra em volta de seu pescoço e se atira pela janela.
As pessoas abaixo até se surpreendem com a imagem daquele servo pendurado na abadia, mas a surpresa passa logo, pois afinal aquele servo não irá para o inferno. Nem ao céu obviamente... Afinal, servos não tem alma, não é mesmo?

Um conto "histórico" dessa vez... Não gosto muito dele mas, tá aí... Só pq faz tempo q não coloco algo meu...

16.1.06

Antígona



"Se agora te pareço louca,
pode ser que seja louca aos olhos de um louco..."

Antígona

(Antígona - Sófocles)

13.1.06

Forças



às vezes somente paro e me pergunto:
de onde é que tiramos forças?

12.1.06

Redoma de Vidro





A noite estava quieta, nenhum rumor na rua deserta, mas alguma coisa iria acontecer... Dentro de mim algo explodia.... Eu não Sabia o quê, mas eu sabia...

E de repente, me veio novamente aquela sensação...E como das outras vezes, eu me sentia inebriada, fascinada e inexplicavelmente feliz. Era ela, eu sabia... Eu podia sentir sua presença.. Era uma oportunidade única, e eu não iria perdê-la. Não, eu não poderia perdê-la mais uma vez.A primeira vez foi acidente, eu ainda me lembro bem, eu tinha então dez anos de idade. O carro, o farol, a bicicleta e o sangue. A Segunda vez, aos vinte anos, foi intencional. O vidro, os pulsos, o sangue. O pior foi acordar no outro dia.... O pior é sempre Ter que acordar.

Mas desta vez seria diferente, esta, certamente seria a última vez....Foram precisos mais dez anos, e agora eu já sabia tudo que precisava saber...Dez, vinte, trinta anos....Agora sim era a hora certa.

Eu sempre vivi nesta redoma de vidro. Apesar da luz, apesar da multidão, eu sempre estive sozinha. Vejo coisas que mais ninguém vê.. Sinto coisas que mais ninguém sente... E para não me machucar é que vivo nesta redoma. Eu não pedi para nascer, também não queria Ter nascido. Este mundo não é o "meu mundo".

Ah, e agora sinto você tão perto, tão perto como nunca senti. Eu não vou deixar você fugir, não vou deixar você passar novamente por mim.Sim, morrer é uma arte, e nisso eu sou excepcional.A válvula, o gás. Estou pronta... Venha a morte em vida porque morta estou... vem, toma-me em teus braços, e liberta-me.

Por: Fernanda, com autorização (mas soh pq o lex é meu namorado, rsrs)

11.1.06

Sim, Eu Sonho Com Um Mundo Melhor.


Hoje, um texto completamente diferente....


Tenho certeza de que a maioria de vocês já parou para pensar no sentido de Liberdade e no quão libertos nós realmente somos. E não estou aqui para falar das definições de liberdade existentes, mas, pelo contrário, das prisões a que nos submetemos. Uma, em especial, a prisão da moral.
Convêm aqui esclarecer que me refiro à moral como o pensamento do que é certo e errado, estabelecido pela sociedade. Regras e leis existem para propiciar um melhor convívio em sociedade e a elas não me oponho e, de fato as apoio. Mas, o que dizer das regras que a dita moral nos impõe?
Moda, estilo, etiqueta, rótulos, preconceitos. Regras estabelecidas pela moral social, mas que são realmente necessárias para o convívio em sociedade? Dançar no meio da rua e roubar uma pessoa são igualmente ofensas ao convívio social? Pode parecer exagero, mas quem não condena a simples visão de pessoas dançando na rua, aparentemente sem motivo? Agora, o que me impede de sair usando uma cartola na rua? Alguns diriam que isto seria ridículo. Mas, o que torna isto ridículo agora e não a poucos anos atrás? Outra regra da moral social, a moda. E isto está intrínseco em cada um de nós. Não saímos de cartola pelas ruas porque nós não queremos assim, porque nós achamos deselegante, mas sim porque acham isto de nós! E por que nos importamos com isso? Porque nos atamos a nossa própria prisão moral. Estas “correntes de moralidade” não são colocadas somente (vejam bem, somente) pelos outros, mas sim, e principalmente, por nós mesmos.
Mas, fujamos agora do assunto puramente visual e estético e vamos analisar nossas prisões mais interiores.
Num mundo onde a rebeldia adolescente é tão comentada, geralmente não se percebe as limitações de ser um revolucionário nos dias de hoje. De maneira crua, podemos dizer que, para ser revolucionário, você tem que ser comunista. Se você se diz revolucionário, mas não acredita num governo “igualitário”, você não é um real revolucionário. Você é encaixado como um “pseudo-alguma-coisa” ou ainda alguém que não sabe do que está falando. E os que acusam tão veemente as “grandes classes” de serem exclusivas e totalitárias, se mostram iguais, não aceitando alguém que lute por um mundo melhor, assim como eles. E, muitas vezes não se enxerga mais esta prisão moral, que, por mais que lutem para negar, lhes foi imposta pela sociedade, tão naturalmente que nem se deram conta. Resta dizer que, se você não é comunista, você é capitalista. Não adianta negar. O pensamento só tem dois caminhos a serem seguidos, caminhos estes surgidos, estranhamente, só em tempos recentes.
E isto leva-nos novamente à rebeldia adolescente, talvez a maior das prisões morais atualmente. Jovens tão preocupados em não se mostrarem influenciados pela mídia que se acorrentam ao outro lado da “cela”, o lado da pretensa imoralidade. E cada vez mais vemos pessoas iguais, tentando parecer diferentes. Então, mijem no Mac Donalds, queimem Bíblias, cuspam no capitalismo. A moralidade agradece, pois precisa também dessa imoralidade para se impor.
E poderia continuar a lista de prisões morais indefinidamente, passando desde os intelectuais com seus intermináveis colóquios acadêmicos, abastados de dizeres ininteligíveis e falácia pitorescas, chegando até as igrejas de esquina, adorando o mesmo Deus, mas condenando sempre a igreja vizinha. Mas, por hora, não há necessidade de nisso alongar-me.
E retorno ao título do texto. Sim, eu sonho com um mundo melhor. Um mundo onde eu possa me sentar na beira de uma calçada, a hora que eu quiser, sem ser visto como um infrator. Um mundo onde eu possa me vestir com as cores que eu quiser, sem que o empecilho para isto seja a minha preocupação com a moral imposta pelos outros. Sonho com um mundo onde escutar Bach seguido de Sex Pistols não seja considerado o cúmulo do non-sense musical. Mas, infelizmente, penso já estar tão conectado às minhas próprias convicções (outro termo para prisões) morais, que este sonhe se torna impossível...

5.1.06

Respostas

Então, vamos às respostas da pergunta da Fer:

Questão 2:

Engraçado que o seu início é sempre uma situação de morte. Ele pode escolher viver ou não, mas a morte sempre está presente, mesmo quando Ele não morre. Leio teus textos, e vejo que mais constante que a própria morte é a fuga, me perdoe se minha análise é equivocada, eu sei qua há este risco, mas me parece que Ele está smepre fugindo, do vazio, da dor, da vida, de si mesmo. Será que se Ele deixasse de correr e enfrentasse de vez os seus demônios ele encontraria a vida?


Não sei se dá pra dizer que a fuga está sempre presente... Ela está sim presente, em alguns textos, como Saída e Ele... Mas não é em todos... Veja por exemplo em Cria da Insanidade: Ele não está fugindo de nada! Muito pelo contrário, pensa ter encontrado seu caminho e faz o possível para seguí-lo.
Mas, acho q a pergunta refere-se mais ao texto Saída. É uma pergunta difícil de responder... Eu pelo menos nunca estive em coma, nem conheço alguém que dele tenha acordado para me contar se resolveu fugir dos demônios ou se você só acorda quando pára de correr e resolve chutar a bunda deles!
Interessante também é que ele não vê seus demônios... Quando estamos frente a algo desconhecido, não é bem mais fácil correr?

Questão 3:

Ainda me sinto curiosa nesta relação que se estabelece entre autor e personagem. Seria possível afirmar que Ele não vê outra saída melhor que morrer, para que você, no seu cotidiano encontre? Ele é uma personagem, ou uma válvula de escape para os seus prórios demônios?

Questão interessante, e que não dá pra escapar nunca, não é mesmo? Será o personagem somente um reflexo do autor ou é totalmente separado? Vou confessar uma coisa: não sou um escritor tão bom para me afastar tanto assim de mim mesmo! Rsrsrs. Então sim, cada um dos personagens tem um pouco de mim, mas não são exatamente uma “válvula de escape” para meus problemas. Na verdade, em Ele, foi quase isso... Mas nos outros não... Saída, por exemplo, eu escrevi quando meu tio estava em coma no hospital... E Cria da Insanidade nem lembro para que era o texto, só sei que esse louco saiu correndo da minha caneta, entrou numa Igreja e saiu matando todo mundo por aí! Simplesmente deu nisso!

Questão 4:

Quando você escreve sobre a morte a intenção é falar realemente da morte? Ou é falar de vida? Qual a sua maior preocupação para com o leitor? Sobre o que, afinal de contas você deseja falar?

Sinceramente, não desejo falar sobre nada em específico! Essa questão da morte foi algo que se tornou corriqueiro em meus textos primeiramente porque eu não conseguia acabar um texto sem que Ele morresse! Não é que eu ache que tudo acabe assim, nem nada parecido... É algo que acontece, simplesmente... Não é para falar sobre como se viver, ou ainda como morrer... Eu simplesmente escrevo.
Entretanto, uma exceção é o último texto postado, O Fim. Esse sim tinha destino específico, e até um final específico, coisa que nunca acontece em textos meus...
Na verdade, o final mudou do que eu previa que seria... Eu não queria que acabasse, queria que fosse um ciclo... Mas Ele bateu o pé e falou que ia jogar! Daí a gente conversou um pouco e eu deixei Ele jogar... Fazer o que né! rs

Questão 5

Num dos textos aqui publicados, você diz que todos nós precisamos conhecer a dor porque ela nos permite crescer. Há um dito popular que diz que há dois caminhos para o crescimento: o da dor e o do amor, a diferença é que o do amor é sempre mais difícil. Por que ele nunca viu o caminho do amor? Por que ele prefere sempre o da dor?

Correndo o risco de ser confundido com um folhetim romântico: é preciso conhecer o amor para poder se escrever dele (e às vezes, nem assim...). Eu, na época que escrevi estes textos, não conhecia o amor, nem ao menos acreditava nele...
Na verdade, o amor para mim sempre esteve relacionado à dor, como se pode ver em Ele e, levemente, em Cria da Insanidade. Para mim, um era conseqüência do outro.
Ai está um dos reflexos da relação autor/personagem referida na questão 3.

Questão 6

Quando sabemos da notícia de um suicídio, é muito comum comentarmos a respeito da coragem daquele que o pratica. Mas eu pergunto. Será que é coragem mesmo? Não seria muito mais corajoso continuar vivendo neste mundo que quase nunca corresponde com nossas espectativas? Não acho estranho que Ele tenha aparecido já como aquele que gosta da dor, que busca a dor, que de certa forma precisa dela. Ainda assim, toda dor, todo o sangue me parecem instantaneos. As dores da vida não são muito maiores do que as dores causadas pela lâmina de uma faca? Ele, então, não busca a morte numa atitude de pura covardia?

Nunca achei que quem se mata é corajoso. Nem covarde. Foi uma escolha... Podia-se escolher viver ou morrer... A vida, toda ela, é feita de escolhas, e nenhuma delas é melhor do que a outra... Morrer é tão certo (ou tão errado) quanto viver, algumas vezes.Mas você se refere diretamente ao Ensaio Sobre a Dor no Mundo... Neste texto, o personagem não é para ser uma pessoa real... Simboliza sim toda a humanidade, e a faca, exatamente as dores do mundo.


Questão 7

Ele é sempre aquele alguém sem nome. Ele é Ele. Nada mais. Ele precisa mesmo ter um nome? No lugar onde Ele está nomes são necessários? Ninguém irá chamá-lo e a morte não precisa dizer o seu nome porque Ele já está entregue a ela.Esta é minha teoria. Mas ninguém melhor do que você para dizer, afinal de contas, porque Ele é apenas e sempre "Ele"?

Dessa pergunta nunca da pra escapar quando alguém fala de meus textos... Por que sempre Ele? Por que nunca um nome?
Devo começar dizendo o seguinte, que penso estar inferido em sua pergunta: Ele não vive em um mundo paralelo. Eu não tenho um mundo próprio, onde eu modifico as coisas como quiser... Posso te mostrar o viaduto do qual Ele pulos no texto Ele, posso te mostrar a Igreja que Ele entrou em Cria da Insanidade. As situações são hipotéticas, mas ainda assim ocorrem no “nosso mundo”, sem licenças poéticas de “no lugar onde ele está não é necessário”.
A questão não é o lugar, é a situação. Ele não precisa ter um nome. Mas, e por que não precisa?, me perguntará você... Isso é uma coisa que sempre pensei muito... As situações geralmente ocorridas nos textos sempre parecem próximas a nós, como se pudesse acontecer com nosso vizinho ou amigo... E é exatamente isso: pode acontecer com qualquer um. Mas é aí que entra o principal: apesar de algo que pode ser considerado normal de acontecer, nunca imaginamos que algo assim poderia acontecer com a gente! Sempre acontece com outros. Sempre acontece com Ele.

4.1.06

O Fim

...Texto novo, escrito ontem a noite...




É interessante perceber como, às vezes, o fim demora tanto a chegar. Como às vezes só se precisa de um pequeno empurrão para jogar tudo pelo precipício, mas simplesmente não se consegue fazê-lo.
E lá estava ele... A sua frente o precipício, em suas mãos uma longa história que ainda se entristecia ao deixar para trás. Mas devia fazê-lo, disso não tinha dúvidas... Só precisava reunir força suficiente para isto, força necessária para um simples espasmo e então...
Ele segurava de novo...
Afinal, era a sua história que rolaria daquele precipício. Sonhos quebrados, esperanças despedaçadas, todos destruídos no fundo daquele lugar, de onde não haveria volta.
Mais um pouquinho... Um último suspiro... Agora vai... Força... Tenta clarear a mente para aquele último momento...
E segura novamente...
Ainda era muito difícil...
Mas sabia que não podia mais agüentar sua vida daquele jeito...
Fecha os olhos... Apaga da mente todas as lembranças... Uma lágrima escorre pelo seu rosto...
Agora foi...
Precipício abaixo...
No fundo, tudo o que passou, tudo o que tinha sido, tudo o que era pra ser...
E agora, a paz.
Ah, uma coisa: esse texto não fala de morte....

30.12.05

Já é Tarde

Então pessoas... Que tal um texto em primeira pessoa, só pra variar?






Mais uma vez esse sentimento me invade. A letargia toma conta de meus membros de modo que nem um carro vindo em minha direção me faria me mexer. As luzes passando velozes pela estrada, enquanto estou sentado neste meio-fio, somente aumentam a confusão em minha mente. Sinto como se já não tivesse forças para me levantar, para romper este casulo de medo e insegurança que me envolve por completo. A vontade de viver parece se esvair de meu corpo lentamente. Deito-me a beira da estrada olhando a lua e as estrela, imaginando como deve ser calmo lá em cima. O som dos carros agora parece distante... Ouço vozes a me chamar e luzes piscam próximas a mim. Ouço meu nome repetidamente, mas agora já é tarde para mim. Muito sangue já escorreu de meus pulsos, muitas lágrimas já cortaram meu rosto. Ouço a trombeta divina dos anjos que vem me buscar, me levar para um lugar melhor talvez. Já é tarde para mim, mas não me sinto mal. Estou finalmente em paz...
Já é tarde para mim, tarde demais para recomeçar...

25.12.05

Saída






Correr. Tudo no que ele pensava era correr. Ele precisava correr. E ele corria...
Corria para não ser alcançado. Ele podia senti-los, se aproximando cada vez mais, vigiando de todos os cantos, fechando cada saída, exceto a sua frente. Por isso ele corria...
Não podia vê-los, ma os sentia. Ouvia sua respiração, divisava vultos pelos cantos, sentia sua sombra aproximando-se cada vez mais. E por isso ele corria...
Tudo isso ele passava naquele quarto de hospital, em coma a 6 meses, lutando contra seus demônios interiores procurando uma saída. Uma saída para a vida. E por isso ele corre...


Então... pois é... Ele não morreu...
Mas, sinceramente, se fosse eu, preferia estar morto....

19.12.05

Ensaio Sobre a Dor no Mundo




O brilho, a faca, o corte, o sangue...
E ele havia feito de novo... O sangue escorria pelo seu peito e a dor o invadia, inebriando seus sentidos. E ele adorava isso. Adorava sentir a dor, adorava sentir o frio corte da faca em seu corpo, adorava a tontura causada pela falta se sangue.
Sim, vocês devem pensar que ele é um louco. Mas, qual é sua loucura? Afinal, ele estava fazendo o que gosta, e quantas pessoas que você conhece podem se dar ao luxo de dizer isso?
Mas, analisando de outra forma a questão... No que essa pessoa citada acima, a princípio imaginaria, é tão diferente de você? De nós? De toda a humanidade?
È fato. O ser humano sofre, gosta de fazer sofrer e gosta de sofrer. Mas ninguém admite isso. Não, não há exceções, pois a dor nos faz fortes. Indubitavelmente, precisamos sofrer para crescer, física e mentalmente...
Mas, voltemos à personagem criada acima. Sozinho, num quarto escuro, uma faca na mão e um sorriso nos lábios. Cada parte do seu corpo é preenchida por cicatrizes. Cada vez maiores, cada vez mais profundas. Pois ele se acostumava com a dor e um simples corte não mais o felicitava. Precisava ser grande, precisava cortar fundo...
Voltando à humanidade. Não nos acostumamos à dor? Não nos acostumamos a ver todas as noites crianças ensangüentadas, pessoas mortas no sofá de sua casa e outros horrores que ficaram tão comuns à nossa vida? E a cada cena que assistimos, mais um corte nos é feito. Imperceptível, com o tempo cada vez mais indolor, mas cada vez mais profundo. E a cada bombardeio, a cada prédio derrubado, a cada bomba detonada, um pouco mais nos esquecemos da dor. E cada vez mais, precisamos de mais...
E o que aconteceu com o nosso personagem? Está caído no chão de seu quarto, imóvel, sem respirar... O corte em seu peito não mais sangra e o corte em seus pulsos derrama suas últimas gotas... Sim, ele está morto. Finalmente alcançou seu grad-finale, uma chaga q nem ele pôde superar.
E nós? O mundo? A Humanidade? Quanto mais de dor teremos que suportar até percebermos que nosso fim esta cada vez mais próximo? Infelizmente, parece-me que muito está por vir... Então, aproveitem enquanto podem...
Eu? Eu lhes digo adeus... A faca já está em minhas mãos e o primeiro corte já começa a sangrar. Minhas cortinas se fecham, mas o seu espetáculo ainda continua.
Pense nisso, pois aqui, parece-me que o louco não sou eu...
Esse é um texto meu que eu gosto bastante... Que eu escrevi esse ano, numa aula da facul... Primeira experiência com essa "intertextualidade", de misturar o conto com um texto...
Tá, e eu prometo que no próximo texto Ele não morre no final............

18.12.05

Cria da Insanidade



Os dias passavam, trazendo uma agonia intensa. As sombras daquele amor insistiam em obscurecer seu caminho. Olhando as pessoas em volta ele imaginava: Como essas pessoas conseguem ser tão felizes? Como podem não perceber a desgraça que o mundo se tornou? Será que a infame angústia da dor ainda não havia tocado suas pobres almas? Será que eles não percebem que um mundo fantasioso foi criado em torno deles, baseado em mentiras e condenações? Ele simplesmente não conseguia entender. Em sua busca por uma resposta ele passou em frente a uma Igreja e decidiu-se por entrar. Ajoelhou-se e rezou, não propriamente a Deus ou a Jesus. Suas orações eram destinadas a forças superiores, que ele ignorava existirem até esse momento. Então abriu os olhos e olhou ao redor. O que viu somente aumentou sua dor. Agora podia ver a ganância eclesiástica, com suas Igrejas fenomenais, com suas abóbadas e detalhes em ouro e minerais preciosos, materiais conseguidos através da exploração humana, da destruição da natureza, da vontade de serem superiores. Ele não aguentou permanecer naquele local, porque agora ele havia entendido a razão de sua existência! Sua mente havia finalmente clareado! Sua dor tinha finalmente um significado e a humanidade precisava entender, como ele entendeu! Através da dor. Se era isso que ele precisava fazer para clarear as suas mentes, então que assim seja... Todas essas memórias passavam por sua mente enquanto ele andava por aquele corredor escuro, ouvindo gargalhadas cínicas e gritos de pavor. Por que ele não conseguiu faze-los entender? O que tinha feito de errado? Seus pensamentos giravam enquanto o amarravam àquela cadeira. Enquanto pensava em toda dor que havia causado e que ela não havia retirado a névoa das pessoas, ele se lembrou do que todos chamavam de “Julgamento”... Ele não havia entendido o sentido daquilo! Enquanto várias pessoas desconhecidas discutiam a sua frente sobre se ele tinha ou não torturado e matado todas aquelas pessoas, ele nada podia fazer. Então ele se levantou e gritou: “- Sim, eu as matei! Foi para isso que nosso Deus me colocou nesse mundo! Para fazer as pessoas enxergarem a verdade! Entenderem, como eu entendi! Pelo sofrimento! Qual é o problema nisso? Sigo somente as ordens de meu Pai!” Então todos pararam. As discussões se encerraram... Dois homens o prenderam a correntes e o levaram para um quarto escuro. Muito tempo se passou, sem que ele entendesse o que fazia lá... Agora, sentado naquela estranha cadeira, um homem de preto com uma cruz parecia rezar. Rezar para que? A desgraça humana já tinha alcançado seu ápice! Então o homem de preto saiu e seus pensamentos foram interrompidos por um estalo. A eletricidade passou por todo seu corpo, causando uma dor aguda, que logo se acabou. Então ele descansou, finalmente livre das dores que tanto suportou.

17.12.05

Ele

Ele não podia mais aguentar. Ficava acordado somente pensando nela. Os minutos, as horas passavam sem que ela saísse de sua cabeça. A casa vazia ecoava a voz dela e nem o rádio no último volume a fazia parar. Ele gritava no escuro do seu quarto enquanto a ouvia falar palavras desconexas, sobre amor e outras coisas que ele não conseguia distinguir.
Na esperança de fazê-la parar, tentou dormir. O sono veio trazendo sonhos, onde ele a via ainda mais claramente, tão perto, mas ainda assim tão distante. Precisava fazer aquilo parar. Precisava dar um fim naquela insanidade.

Saiu para as ruas tentando achar uma resposta, mas as pessoas somente aumentavam sua agonia. No alto de uma ponte, ele a ouvia gritando, chamando-o, e ele a obedeceu. Subiu e não a encontrou. A luz dos carros e o som de caminhões somente aumentava a paranóia em sua cabeça. Ele precisava fazer aquilo parar! Olhando para baixo, via o caleidoscópio das luzes da cidade formando o rosto de sua amada. Tentando achar a salvação, ele olhou para os céus implorando por um caminho. Então ele a viu. Mais perfeita do que jamais tinha percebido, mais pura do que jamais havia notado. Ela esticou a mão, mostrando-lhe o caminho, mas ele não a aceitou. Não podia mais viver ao lado dela, vendo-a sem tê-la. Ele precisava de outro caminho. E encontrou. A buzina dos carros foi aumentando enquanto ele se aproximava do chão. De repente, tudo parou. Ele não ouvia mais nada, não via mais nada. Finalmente encontrou a paz que sempre procurou. Descansa agora nos braços de quem o criou.

Isso eu escrevi quando tinha uns 14, 15 anos... Sei que não é mto bem escrito, e a história não é lá essas coisas, mas... foi meu primeiro, e que melhor forma de começar o blog?

Antes de tudo, Olá!

Então...
Esse é um lugar onde poderei publicar algumas coisas q eu escrevo...
Muitas vezes o personagem será simplesmente "Ele"... o porquê disso, deixarei para outra oportunidade...
Algumas vezes poderei até colocar uns textos que não sejam sobre Ele, mas acho q isso será raro...
Esse é um lugar, como dito lá em cima, onde eu posso não ser eu... Isso significa que a maioria do que eu escrever aki não é necessariamente minha opnião, não é o que eu sinto, ou o que eu penso... é um lugar onde posso expressar outras coisas...
Ok?

Bom, isso é tudo pro post inicial...
No próximo vou colocar a primeira história que eu escrevi com esse personagem (que como vocês vão notar facilmente, não é sempre o mesmo! mas, como eu disse, as explicações sobre o Ele virão depois...)
Espero que gostem!