Um lugar onde eu possa não ser eu... Mas onde não escapo de mim mesmo.

3.10.07

Ele e Eu. Eu e Ele.


Hoje eu estava pensando sobre meu blog.


Ele sempre foi sobre "Ele".


Até diz ali em cima: Um lugar onde eu possa não ser eu...


Mas quem diabos eu estava tentando enganar?


Ele sempre foi (fui?) eu. Eu sempre fui ele.


E até que eu tinha boas desculpas pra dizer que ele não era eu.


Eu não contava coisas que haviam acontecido comigo.


(Eu nunca pulei de um viaduto, nunca cortei os pulsos... Sou, de fato a prova viva de que eu nunca me suicidei - e agora, viria o som da bateria após uma piada sem graça: tu dum, piiich... Seguido do comentário da Fer: Ai Lex, agora vc vai sempre fazer esse barulinho de bateria? Enfim, divago...)


Mas "ele" não surgiu do nada... Nem uma única vez.

Ele sempre surgiu de sentimentos que eu tive.


Esses sentimentos nem sempre eram propriamentes meus, ou relacionados a experiências minhas, mas eu os tive. E escrevi sobre eles. Sempre falando d'Ele.


Muitos dos motivos que me levaram a escrever en 3 pessoa eu já expliquei aqui mesmo, quandp fui entrevistado pela minha querida e sensacional repórter Fernanda.


tá escrito lá: "sim, cada um dos personagens tem um pouco de mim, mas não são exatamente uma “válvula de escape” para meus problemas."


(pra quem quiser ler tudo, o link é:




Enfim...


Tudo isso se resume numa dúvida que tenho tido ultimamente, e que todos enfrentamos.

Uma questão de essência, como no post um pouco abaixo.


O que somos nós?


Corpo?

Ações?

Alma?

Idéias?


Uma idéia que eu tive, que me levou a escrever tudo isso, que me levou a concluir que ele sou eu, é que, no fundo, no fundo, nós somos sentimentos.


Nós podemos estar do jeito que estivermos, fazendo o que estivermos fazendo, mas sempre vamos estar sentindo alguma coisa.


Então, talvez realemente Ele seja Eu porque Ele se baseia nos meus sentimentos.


E [preencha esse espaço com qualquer poder superior em que você acredite] nos salve de cairmos naquela música do Arnaldo Antunes:


"Socorro!

Não estou sentindo nada..."


Porque aí sim, quando não sentirmos nada, "nem vontade de chorar, nem de rir", é que não seremos mais nós mesmos....

1.10.07

Frutas


Amar é que nem comer aquela fruta que a gente sempre via, mas nunca achou que a gente fosse gostar.
Mas daí a gente experimenta e fica gostando...
E é bem que nem aquela fruta que ninguém sabe explicar o gosto...
Tem gosto daquilo e ponto (ou pronto).
Não é doce nem amargo,
Nem seco nem salgado.
Só é e pronto (ou ponto).
É...
Fruta é uma coisa estranha.
Fruta só tem gosto de fruta.
... É que nem amor...