Um lugar onde eu possa não ser eu... Mas onde não escapo de mim mesmo.

28.1.06

Ele, eu, você...


Ele...
Sempre ele...
Nunca eu, nunca você...

Ele...
Que tudo faz,
Que eu não fiz,
Que eu não farei...

Ele...
Ele sim...
E você?
Nem eu não...

Ele...
Intangível,
Inalcançável,
eu?
...

Ele...
Porque ele,
se sou eu
quem está aqui?

Sera que crer n'ele,
por sua designação,
é mais fácil do que
no eu,
por, exatamente, estar aqui?

23.1.06

Um Fantasmo no Espelho...


Uma histórinha boba de "terror" pra vcs...


Tudo começou com uma menina... Uma menina num espelho.
Ele estava sentado em frente ao seu computador no meio da madrugada, como sempre costumava fazer. Mexendo na Internet, procurando por algo interessante, encontra a lenda do fantasma de uma menina...
Ela vivia em uma mansão, de muitos quartos e rica decoração. Órfã, foi aceita pelo dono da casa. Mas o velho senhor a deixou trancada num porão escuro e úmido, somente com um lindo espelho e uma boneca de pano, únicas lembranças que ela trazia. Lá ele a violentava todas as noites, deixando a já amargurada menina num estado de depressão profunda. Em uma noite, cansada do assédio, a menina resolveu revidar. Tentou acertar seu agressor com o espelho, mas este, muito mais forte, evitou o golpe. Enfurecido, sufocou-a com a boneca de pano... A menina então morreu, ainda com o espelho em mãos... Mas a história conta que seu espírito permaneceu no espelho e que, semanas depois, o velho fora encontrado morto, no mesmo porão, com os cabelos totalmente brancos, uma expressão de pavor no rosto e o espelho entre as mãos... O mesmo teria acontecido a todos os futuros possuidores do objeto.
A história o abalou profundamente. Ele não acreditava mais em espíritos e fantasmas, mas ainda assim ficou com medo de se virar e olhar o espelho atrás de si... Quando finalmente tomou coragem de se virar e encarar o espelho, nada viu de estranho. Com exceção talvez de talvez de uma estranha sombra atrás de... Não! Não havia nada lá... Não poderia haver...
Foi ao banheiro e lavou o rosto, tentando recobrar um pouco a calma e relaxar. Voltando ao seu quarto, resolveu dormir. Como se isso fosse possível depois do que tinha acontecido. Ele se virava na cama, quase podendo escutar ao longe os sussurros de uma menina... Quando finalmente adormeceu, um sono agitado, ele a viu... Uma menina de cerca de 12 anos, pálida como a lua e cabelos negros como breu, chamando-o de dentro de uma mansão. Quando tentou avançar, percebeu estar de frente para um enorme espelho... Atrás de si, somente a escuridão...
Acordou assustado no outro dia. Ao andar pelas ruas pensava ver o vulto da em menina em todas as vitrines pela qual passava. Ao chegar em casa à noite decidiu pesquisar mais sobre a lenda. Descobriu que a mansão onde o fato teria ocorrido situava-se numa cidade próxima a sua. Era sexta-feira e ele decidiu visitar a cidade no outro dia. Segundo o que ele lera, o espelho ainda se encontrava dentro do casarão no porão onde a menina havia morrido.
Chegando à pequena cidade, pediu informações sobre a um velho senhor que passava. Ele pareceu assombrado com a pergunta sobre a velha mansão, mas indicou-lhe o caminho, sem antes adverti-lo de que a casa estava abandonada por causa dos rumores sobre o fantasma e ele poderia entra lá com facilidade, mas que, na verdade, não deveria...
Mas agora não podia voltar atrás, já havia ido muito longe e a imagem da menina ainda assombrava sua mente. Chegando ao casarão indicado, viu que aporta da frente não estava trancada e entrou. Tentando demorar-se o mínimo possível, procurou rapidamente a escada para o porão. Quando desceu, ficou completamente espantado. Um pequeno espelho de mão estava lá, em cima de uma mesa, como se esperando que alguém aparecesse para buscá-lo. Não resistindo à tentação pegou o espelho, que estava virado pra baixo. Nele havia um bonito brasão e uma pequena inscrição. RODICK. Não... Não era possível! Aquele era... Seu sobrenome! Saiu de lá correndo, com o espelho em mãos. Pegou o primeiro ônibus na rodoviária e foi direto para sua casa. Chegando lá, foi ao armário pegar um velho baú, com lembranças de família. Dentro, um velho caderno com capa de couro, com o desenho de uma águia em relevo. O mesmo brasão do espelho! Abriu o caderno e descobriu ser o diário de seu bisavô. Leu que seu antepassado tinha perdido uma filha, desaparecida. Uma linda menina de cabelos negros e pele clara. Ele nunca tinha descoberto o paradeiro da menina...
Então era isso! Era por isso que a menina habitava seus sonhos! Ela era sua parente e ele era o único que podia ajudá-la a revelar a verdade. Pegou o espelho e finalmente teve coragem de olhar o reflexo. E lá estava ela... A pequena Amy Rodick, desaparecida e atormentada por todos esses anos, mas agora, finalmente, depois de todo esse tempo, com um sorriso nos lábios. Ele tempo de vê-la pronunciar um obrigado e então o espelho partiu-se em suas mãos. Assustado, mas ainda assim aliviado, guardou o resto do espelho dentro do baú e escreveu uma história, para que Amy Rodick nunca fosse esquecida novamente... Essa, caros leitores, é a minha história.

John Rodick

21.1.06

Erros


Ele tentou...
Olhou seus próprios erros,
se desmontou na frente do espelho...
Refletiu seus atos,
pensou...
pensou...
... Mas,
será que
os erros
não estão nele,
mas sim
dentro
de você?



é... não é pra ter sentido mesmo...

17.1.06

...Nascer e Morrer...



Nascer e Morrer

Ele não agüentava mais o mundo a sua volta... Hipocrisia, cinismo e falsidade girando em torno dele, contaminando-o, tentando transforma-lo em um deles. E ele não podia se enganar... Isso já estava próximo de acontecer... Seu cinismo extrapolava os limites do bom-senso, sua hipocrisia era de dar orgulho e, por que não, inveja, em muita gente. E ele odiava isso. Odiava ter que ser como eles para muitas vezes se afastar deles!
Ele não tinha escolhido aquela vida, mas infelizmente tinha escolhido estar naquele lugar. Nascido na pobreza, para não se submeter à tirania de seus “senhores”, procurou o clero, achando que ao menos lá seria aceito sem que sua ascendência fosse posta em questão. Grande engano. Por trás das “muralhas abençoadas daquele santo lugar” a podridão se espalhava mais rapidamente do que a morte negra lá fora. Já ao entrar foi chutado para os estábulos, limpar as fezes animais, já que “já estava acostumado com essa vida” como lhe disseram. Em algum tempo, foi nomeado padre, mero título, como veio a descobrir. Passou então a perceber que os mais altos cargos, ocupados pelos mais “santos”, eram dados aos mesmos “senhores” aos quais ele devia obediência lá fora.
Agora ao menos ele não tinha ilusões com relação a sua vida. Nascido no esterco, sua sina seria morrer no esterco... Mas ele não acreditava em destino...
Agora, limpando o aposento de seu abade, olha pela janela e vê o mundo abaixo de si... Sua mente rápida, aguçada pela vida pobre, trabalha instantaneamente. Com um lençol, amarra uma ponta a um móvel e a outra em volta de seu pescoço e se atira pela janela.
As pessoas abaixo até se surpreendem com a imagem daquele servo pendurado na abadia, mas a surpresa passa logo, pois afinal aquele servo não irá para o inferno. Nem ao céu obviamente... Afinal, servos não tem alma, não é mesmo?

Um conto "histórico" dessa vez... Não gosto muito dele mas, tá aí... Só pq faz tempo q não coloco algo meu...

16.1.06

Antígona



"Se agora te pareço louca,
pode ser que seja louca aos olhos de um louco..."

Antígona

(Antígona - Sófocles)

13.1.06

Forças



às vezes somente paro e me pergunto:
de onde é que tiramos forças?

12.1.06

Redoma de Vidro





A noite estava quieta, nenhum rumor na rua deserta, mas alguma coisa iria acontecer... Dentro de mim algo explodia.... Eu não Sabia o quê, mas eu sabia...

E de repente, me veio novamente aquela sensação...E como das outras vezes, eu me sentia inebriada, fascinada e inexplicavelmente feliz. Era ela, eu sabia... Eu podia sentir sua presença.. Era uma oportunidade única, e eu não iria perdê-la. Não, eu não poderia perdê-la mais uma vez.A primeira vez foi acidente, eu ainda me lembro bem, eu tinha então dez anos de idade. O carro, o farol, a bicicleta e o sangue. A Segunda vez, aos vinte anos, foi intencional. O vidro, os pulsos, o sangue. O pior foi acordar no outro dia.... O pior é sempre Ter que acordar.

Mas desta vez seria diferente, esta, certamente seria a última vez....Foram precisos mais dez anos, e agora eu já sabia tudo que precisava saber...Dez, vinte, trinta anos....Agora sim era a hora certa.

Eu sempre vivi nesta redoma de vidro. Apesar da luz, apesar da multidão, eu sempre estive sozinha. Vejo coisas que mais ninguém vê.. Sinto coisas que mais ninguém sente... E para não me machucar é que vivo nesta redoma. Eu não pedi para nascer, também não queria Ter nascido. Este mundo não é o "meu mundo".

Ah, e agora sinto você tão perto, tão perto como nunca senti. Eu não vou deixar você fugir, não vou deixar você passar novamente por mim.Sim, morrer é uma arte, e nisso eu sou excepcional.A válvula, o gás. Estou pronta... Venha a morte em vida porque morta estou... vem, toma-me em teus braços, e liberta-me.

Por: Fernanda, com autorização (mas soh pq o lex é meu namorado, rsrs)

11.1.06

Sim, Eu Sonho Com Um Mundo Melhor.


Hoje, um texto completamente diferente....


Tenho certeza de que a maioria de vocês já parou para pensar no sentido de Liberdade e no quão libertos nós realmente somos. E não estou aqui para falar das definições de liberdade existentes, mas, pelo contrário, das prisões a que nos submetemos. Uma, em especial, a prisão da moral.
Convêm aqui esclarecer que me refiro à moral como o pensamento do que é certo e errado, estabelecido pela sociedade. Regras e leis existem para propiciar um melhor convívio em sociedade e a elas não me oponho e, de fato as apoio. Mas, o que dizer das regras que a dita moral nos impõe?
Moda, estilo, etiqueta, rótulos, preconceitos. Regras estabelecidas pela moral social, mas que são realmente necessárias para o convívio em sociedade? Dançar no meio da rua e roubar uma pessoa são igualmente ofensas ao convívio social? Pode parecer exagero, mas quem não condena a simples visão de pessoas dançando na rua, aparentemente sem motivo? Agora, o que me impede de sair usando uma cartola na rua? Alguns diriam que isto seria ridículo. Mas, o que torna isto ridículo agora e não a poucos anos atrás? Outra regra da moral social, a moda. E isto está intrínseco em cada um de nós. Não saímos de cartola pelas ruas porque nós não queremos assim, porque nós achamos deselegante, mas sim porque acham isto de nós! E por que nos importamos com isso? Porque nos atamos a nossa própria prisão moral. Estas “correntes de moralidade” não são colocadas somente (vejam bem, somente) pelos outros, mas sim, e principalmente, por nós mesmos.
Mas, fujamos agora do assunto puramente visual e estético e vamos analisar nossas prisões mais interiores.
Num mundo onde a rebeldia adolescente é tão comentada, geralmente não se percebe as limitações de ser um revolucionário nos dias de hoje. De maneira crua, podemos dizer que, para ser revolucionário, você tem que ser comunista. Se você se diz revolucionário, mas não acredita num governo “igualitário”, você não é um real revolucionário. Você é encaixado como um “pseudo-alguma-coisa” ou ainda alguém que não sabe do que está falando. E os que acusam tão veemente as “grandes classes” de serem exclusivas e totalitárias, se mostram iguais, não aceitando alguém que lute por um mundo melhor, assim como eles. E, muitas vezes não se enxerga mais esta prisão moral, que, por mais que lutem para negar, lhes foi imposta pela sociedade, tão naturalmente que nem se deram conta. Resta dizer que, se você não é comunista, você é capitalista. Não adianta negar. O pensamento só tem dois caminhos a serem seguidos, caminhos estes surgidos, estranhamente, só em tempos recentes.
E isto leva-nos novamente à rebeldia adolescente, talvez a maior das prisões morais atualmente. Jovens tão preocupados em não se mostrarem influenciados pela mídia que se acorrentam ao outro lado da “cela”, o lado da pretensa imoralidade. E cada vez mais vemos pessoas iguais, tentando parecer diferentes. Então, mijem no Mac Donalds, queimem Bíblias, cuspam no capitalismo. A moralidade agradece, pois precisa também dessa imoralidade para se impor.
E poderia continuar a lista de prisões morais indefinidamente, passando desde os intelectuais com seus intermináveis colóquios acadêmicos, abastados de dizeres ininteligíveis e falácia pitorescas, chegando até as igrejas de esquina, adorando o mesmo Deus, mas condenando sempre a igreja vizinha. Mas, por hora, não há necessidade de nisso alongar-me.
E retorno ao título do texto. Sim, eu sonho com um mundo melhor. Um mundo onde eu possa me sentar na beira de uma calçada, a hora que eu quiser, sem ser visto como um infrator. Um mundo onde eu possa me vestir com as cores que eu quiser, sem que o empecilho para isto seja a minha preocupação com a moral imposta pelos outros. Sonho com um mundo onde escutar Bach seguido de Sex Pistols não seja considerado o cúmulo do non-sense musical. Mas, infelizmente, penso já estar tão conectado às minhas próprias convicções (outro termo para prisões) morais, que este sonhe se torna impossível...

5.1.06

Respostas

Então, vamos às respostas da pergunta da Fer:

Questão 2:

Engraçado que o seu início é sempre uma situação de morte. Ele pode escolher viver ou não, mas a morte sempre está presente, mesmo quando Ele não morre. Leio teus textos, e vejo que mais constante que a própria morte é a fuga, me perdoe se minha análise é equivocada, eu sei qua há este risco, mas me parece que Ele está smepre fugindo, do vazio, da dor, da vida, de si mesmo. Será que se Ele deixasse de correr e enfrentasse de vez os seus demônios ele encontraria a vida?


Não sei se dá pra dizer que a fuga está sempre presente... Ela está sim presente, em alguns textos, como Saída e Ele... Mas não é em todos... Veja por exemplo em Cria da Insanidade: Ele não está fugindo de nada! Muito pelo contrário, pensa ter encontrado seu caminho e faz o possível para seguí-lo.
Mas, acho q a pergunta refere-se mais ao texto Saída. É uma pergunta difícil de responder... Eu pelo menos nunca estive em coma, nem conheço alguém que dele tenha acordado para me contar se resolveu fugir dos demônios ou se você só acorda quando pára de correr e resolve chutar a bunda deles!
Interessante também é que ele não vê seus demônios... Quando estamos frente a algo desconhecido, não é bem mais fácil correr?

Questão 3:

Ainda me sinto curiosa nesta relação que se estabelece entre autor e personagem. Seria possível afirmar que Ele não vê outra saída melhor que morrer, para que você, no seu cotidiano encontre? Ele é uma personagem, ou uma válvula de escape para os seus prórios demônios?

Questão interessante, e que não dá pra escapar nunca, não é mesmo? Será o personagem somente um reflexo do autor ou é totalmente separado? Vou confessar uma coisa: não sou um escritor tão bom para me afastar tanto assim de mim mesmo! Rsrsrs. Então sim, cada um dos personagens tem um pouco de mim, mas não são exatamente uma “válvula de escape” para meus problemas. Na verdade, em Ele, foi quase isso... Mas nos outros não... Saída, por exemplo, eu escrevi quando meu tio estava em coma no hospital... E Cria da Insanidade nem lembro para que era o texto, só sei que esse louco saiu correndo da minha caneta, entrou numa Igreja e saiu matando todo mundo por aí! Simplesmente deu nisso!

Questão 4:

Quando você escreve sobre a morte a intenção é falar realemente da morte? Ou é falar de vida? Qual a sua maior preocupação para com o leitor? Sobre o que, afinal de contas você deseja falar?

Sinceramente, não desejo falar sobre nada em específico! Essa questão da morte foi algo que se tornou corriqueiro em meus textos primeiramente porque eu não conseguia acabar um texto sem que Ele morresse! Não é que eu ache que tudo acabe assim, nem nada parecido... É algo que acontece, simplesmente... Não é para falar sobre como se viver, ou ainda como morrer... Eu simplesmente escrevo.
Entretanto, uma exceção é o último texto postado, O Fim. Esse sim tinha destino específico, e até um final específico, coisa que nunca acontece em textos meus...
Na verdade, o final mudou do que eu previa que seria... Eu não queria que acabasse, queria que fosse um ciclo... Mas Ele bateu o pé e falou que ia jogar! Daí a gente conversou um pouco e eu deixei Ele jogar... Fazer o que né! rs

Questão 5

Num dos textos aqui publicados, você diz que todos nós precisamos conhecer a dor porque ela nos permite crescer. Há um dito popular que diz que há dois caminhos para o crescimento: o da dor e o do amor, a diferença é que o do amor é sempre mais difícil. Por que ele nunca viu o caminho do amor? Por que ele prefere sempre o da dor?

Correndo o risco de ser confundido com um folhetim romântico: é preciso conhecer o amor para poder se escrever dele (e às vezes, nem assim...). Eu, na época que escrevi estes textos, não conhecia o amor, nem ao menos acreditava nele...
Na verdade, o amor para mim sempre esteve relacionado à dor, como se pode ver em Ele e, levemente, em Cria da Insanidade. Para mim, um era conseqüência do outro.
Ai está um dos reflexos da relação autor/personagem referida na questão 3.

Questão 6

Quando sabemos da notícia de um suicídio, é muito comum comentarmos a respeito da coragem daquele que o pratica. Mas eu pergunto. Será que é coragem mesmo? Não seria muito mais corajoso continuar vivendo neste mundo que quase nunca corresponde com nossas espectativas? Não acho estranho que Ele tenha aparecido já como aquele que gosta da dor, que busca a dor, que de certa forma precisa dela. Ainda assim, toda dor, todo o sangue me parecem instantaneos. As dores da vida não são muito maiores do que as dores causadas pela lâmina de uma faca? Ele, então, não busca a morte numa atitude de pura covardia?

Nunca achei que quem se mata é corajoso. Nem covarde. Foi uma escolha... Podia-se escolher viver ou morrer... A vida, toda ela, é feita de escolhas, e nenhuma delas é melhor do que a outra... Morrer é tão certo (ou tão errado) quanto viver, algumas vezes.Mas você se refere diretamente ao Ensaio Sobre a Dor no Mundo... Neste texto, o personagem não é para ser uma pessoa real... Simboliza sim toda a humanidade, e a faca, exatamente as dores do mundo.


Questão 7

Ele é sempre aquele alguém sem nome. Ele é Ele. Nada mais. Ele precisa mesmo ter um nome? No lugar onde Ele está nomes são necessários? Ninguém irá chamá-lo e a morte não precisa dizer o seu nome porque Ele já está entregue a ela.Esta é minha teoria. Mas ninguém melhor do que você para dizer, afinal de contas, porque Ele é apenas e sempre "Ele"?

Dessa pergunta nunca da pra escapar quando alguém fala de meus textos... Por que sempre Ele? Por que nunca um nome?
Devo começar dizendo o seguinte, que penso estar inferido em sua pergunta: Ele não vive em um mundo paralelo. Eu não tenho um mundo próprio, onde eu modifico as coisas como quiser... Posso te mostrar o viaduto do qual Ele pulos no texto Ele, posso te mostrar a Igreja que Ele entrou em Cria da Insanidade. As situações são hipotéticas, mas ainda assim ocorrem no “nosso mundo”, sem licenças poéticas de “no lugar onde ele está não é necessário”.
A questão não é o lugar, é a situação. Ele não precisa ter um nome. Mas, e por que não precisa?, me perguntará você... Isso é uma coisa que sempre pensei muito... As situações geralmente ocorridas nos textos sempre parecem próximas a nós, como se pudesse acontecer com nosso vizinho ou amigo... E é exatamente isso: pode acontecer com qualquer um. Mas é aí que entra o principal: apesar de algo que pode ser considerado normal de acontecer, nunca imaginamos que algo assim poderia acontecer com a gente! Sempre acontece com outros. Sempre acontece com Ele.

4.1.06

O Fim

...Texto novo, escrito ontem a noite...




É interessante perceber como, às vezes, o fim demora tanto a chegar. Como às vezes só se precisa de um pequeno empurrão para jogar tudo pelo precipício, mas simplesmente não se consegue fazê-lo.
E lá estava ele... A sua frente o precipício, em suas mãos uma longa história que ainda se entristecia ao deixar para trás. Mas devia fazê-lo, disso não tinha dúvidas... Só precisava reunir força suficiente para isto, força necessária para um simples espasmo e então...
Ele segurava de novo...
Afinal, era a sua história que rolaria daquele precipício. Sonhos quebrados, esperanças despedaçadas, todos destruídos no fundo daquele lugar, de onde não haveria volta.
Mais um pouquinho... Um último suspiro... Agora vai... Força... Tenta clarear a mente para aquele último momento...
E segura novamente...
Ainda era muito difícil...
Mas sabia que não podia mais agüentar sua vida daquele jeito...
Fecha os olhos... Apaga da mente todas as lembranças... Uma lágrima escorre pelo seu rosto...
Agora foi...
Precipício abaixo...
No fundo, tudo o que passou, tudo o que tinha sido, tudo o que era pra ser...
E agora, a paz.
Ah, uma coisa: esse texto não fala de morte....